segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Astrônomos detectam buraco negro consumindo estrela “perto” da Via Láctea

 time de astrônomos americanos detectou destroços estelares flutuando em torno de um buraco negro em uma galáxia que está relativamente perto da Via Láctea, a cerca de 295 milhões de anos luz de distância. Esse tipo de evento astronômico, conhecido como interrupção de maré, é o mais próximo a acontecer em relação à Terra nos últimos dez anos.
O nome da pequena galáxia elíptica é PGC 043234 e a interrupção de maré se iniciou quando uma estrela passou perto demais de um buraco negro. As poderosas forças gravitacionais do buraco despedaçaram a estrela, que começou a ser sugada para o horizonte de eventos – o ponto sem volta ao redor de um buraco negro. Parte dos destroços está orbitando em volta do buraco, em uma forma semelhante à ilustração abaixo.
Os primeiros a observarem o fenômeno foram os pesquisadores do projeto All-Sky Automated Survey for Supernovae (Busca Automatizada de Todo o Céu por Supernovas, representado pela sigla ASAS-SN). Ele então foi confirmado por diversos outros órgãos e institutos de astronomia.
Matéria em volta de buracos negros geralmente tem uma notável assinatura de raios-X, por conta dos “discos de acreção”. Explicando a grosso modo, esses discos são formados pela matéria se deslocando em volta do buraco, que sofre uma aceleração tão grande que gera energia gravitacional, emitida na forma de calor e radiação, que nesse caso são os raios-X (as ondas azuis na figura e no vídeo). As temperaturas emitidas por um desses discos podem chegar a 10 milhões de graus, de acordo com alguns estudos.
Ao observar esse efeito "mais de perto", os cientistas serão capazes de compreender melhor o que acontece quando uma estrela é tragada por um buraco negro. Os pesquisadores do tema têm analisado as interrupções de marés por três décadas, mas essa é a primeira vez que observam esse fenômeno acontecer de forma tão precisa.
O buraco negro da galáxia PGC 043234 foi batizado de ASASSN-14li, e os astrônomos acreditam que ele tenha uma massa 2 milhões de vezes maior que a do nosso Sol. Isso faz com que ele tenha aproximadamente metade do tamanho do buraco negro que existe na Via Láctea, o Sagittarius A, que possui 4,3 milhões de vezes a massa de nossa estrela.


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